A Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB) assinou, no dia 23/04, um convênio para testes de um fertilizante orgânico com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), a Cemig e a Transplantar Tree, empresa que atua em plantios e transplantios de árvores adultas. O produto será testado na produção de mudas do Jardim Botânico da FPMZB e na recuperação de algumas áreas degradadas.
A produção do fertilizante orgânico é realizada por meio de um processo chamado Compost Barn, no qual os dejetos de animais são depositados sobre uma espécie de cama de resíduos vegetais. Essa cama é feita com resíduos de poda de árvores e, após o processo de compostagem inicial, é adicionado o lodo de esgoto pré-tratado. O processo é finalizado em leiras sobre o pátio de compostagem.
A FPMZB será responsável pela validação agronômica do composto com a utilização em algumas das áreas. “Temos importantes desafios, principalmente ambientais, a serem enfrentados na cidade e é também na cidade que temos que testar suas soluções. É muito significativo quando trazemos essas possíveis soluções da própria natureza, como é o caso deste composto, desenvolvido a partir de insumos, até então, descartados. Parcerias com outras instituições e, também, com o setor privado só fortalecem as políticas públicas e potencializam os resultados positivos para nossa cidade”, defende o presidente da FPMZB, Gelson Leite.
Na parceria, caberá a Cemig fornecer os resíduos de poda e a Copasa o lodo do esgoto proveniente de Estações de Tratamento de Esgoto. A Transplantar Tree é responsável pelo processo de produção do fertilizante.
Testagem em áreas verdes
O composto será incorporado ao sistema produtivo que já é realizado na produção de mudas do Jardim Botânico. Já o Parque Fernando Sabino, na região da Pampulha, receberá o insumo dentro de um programa de plantios de revegetação, que já vem sendo realizado no local pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), dentro do Programa Montes Verdes. “Esse fertilizante orgânico, que já passou por fases de aprovação quanto a normas do Ministério da Agricultura, será uma boa opção de insumo a ser inserido em nosso sistema produtivo. É uma forma importante e sustentável de aproveitamento dos resíduos de esgoto gerados, contribuindo para a redução do descarte em aterros sanitários. Estamos empolgados e confiantes que serão resultados bem positivos”, explica o engenheiro agrônomo do Jardim Botânico da FPMZB, Marcelo Vichiato.
A parceria com a Prefeitura de BH foi comemorada pelos parceiros. “O projeto ganha um importante parceiro, que é a PBH. Vamos poder testar efetivamente o produto, que já atendeu a todos os parâmetros microbiológicos, e está pronto para fazer a diferença no plantio de mudas em toda a cidade. Nada melhor do que o Jardim Botânico, com toda a experiência e expertise, para iniciar esses testes e fazer essa validação”, explica a engenheira sanitarista da Copasa, Frieda Keifer.
Será uma oportunidade para dar uma destinação ao material. “Conseguimos mostrar que o material da poda de árvores não é apenas um resíduo. Sempre foi um desafio para nós o recolhimento e a destinação correta desse material, sem escapes ou disposição inadequada. Empresas especializadas nesse ramo representam um alto custo para o setor elétrico. A entrada da Cemig nessa parceria representa uma inovação e uma nova perspectiva regulatória e do trabalho realizado com a vegetação na cidade”, conta o gerente de gestão ambiental da Cemig, Rafael Augusto.
Reprodução: Prefeitura de Belo Horizonte