Você já parou para pensar como funciona todo o mecanismo por trás do simples ato de acender a luz na sua casa? Para que isso aconteça, existe um sistema elétrico incrivelmente interessante e complexo, mas que enfrenta alguns desafios como perdas de energia e interrupções no fornecimento. E é aí que entram as redes elétricas do futuro.
O que são as Future Grids?
As Future Grids representam a evolução das redes elétricas tradicionais para um sistema mais digital, flexível e responsivo. Elas utilizam tecnologias como Internet das Coisas (IoT), sensores, automação avançada, comunicação em tempo real, plataformas analíticas e medidores inteligentes, permitindo um fluxo bidirecional de energia e de dados entre consumidores, geradores e operadores do sistema elétrico.
Enquanto as redes tradicionais operam de forma centralizada e reativa, as Future Grids são proativas, preditivas e distribuídas, capazes de responder rapidamente a mudanças de carga, de geração e a eventos, como interrupções na distribuição de energia ou eventos climáticos extremos.
Por que as Future Grids são importantes para o setor elétrico?
Imagine essa situação: um blecaute de grandes proporções atinge a Península Ibérica, afetando milhões de pessoas na Europa. Pois é, esse evento ocorreu em 28 de abril de 2025. Em poucos minutos, cerca de 15 GW de geração foram desconectados, revelando a complexidade de manter o equilíbrio energético em um sistema interconectado, com forte dependência de geração intermitente. Mais do que um episódio isolado, eventos como este reforçam a crescente necessidade de redes mais modernas, automatizadas e inteligentes, capazes de responder com agilidade a eventos críticos, apoiar a estabilidade do sistema e proporcionar uma visão mais granular e preditiva da rede elétrica.
Cemig no caminho da inovação
A Cemig tem investido em projetos de sensoriamento, inteligência e automação, pavimentando o caminho para redes mais modernas e responsivas.
Destaco quatro projetos desenvolvidos pela área de inovação focados em redes elétricas inteligentes:
– Desenvolvimento de uma plataforma de coleta, tratamento e processamento de dados satelitais para apoio a atividades de operação e manutenção da Geração, Transmissão e Distribuição de energia. Neste projeto, o monitoramento geoespacial é aplicado à gestão de linhas aéreas e reservatórios, com foco na detecção de riscos, ocupações irregulares, incêndios e no apoio ao planejamento, fiscalização e operação da rede elétrica.
– Desenvolvimento de uma aplicação IoT (Internet of Things) para linhas aéreas que, através da leitura contínua de sensores como acelerômetros, inclinômetros e estações meteorológicas, permite o monitoramento em tempo real das condições de torres, cabos e isoladores, propiciando a implementação de estratégias de manutenção preditiva, preventiva e corretiva.
– Desenvolvimento de uma plataforma computacional para acompanhar o processo de novas conexões de GD (Geração Distribuída) à rede de média e baixa tensão, fornecendo informações seguras e em tempo real para os clientes demandantes e para acompanhamento da expansão da rede de distribuição.
– Ferramenta computacional com alta capacidade de processamento de grandes volumes de dados para explorar informações provenientes dos medidores inteligentes, para suporte à tomada de decisão em operações, planejamento e expansão de sistemas de distribuição de energia.
Onde queremos estar?
Queremos uma rede elétrica 100% inteligente. Que detecta uma falha antes mesmo de ela afetar o cliente. Que monitora seus ativos em tempo real e responde de forma ágil a eventos climáticos extremos. Porque fortalecer a inteligência das redes é um compromisso com a continuidade do serviço, com a sustentabilidade do setor e com a experiência do cliente.
E não estamos sozinhos nessa construção. A Cemig convida startups, universidades, ICTs e empresas inovadoras a conhecer a plataforma Inova Cemig.
A transformação da energia é um movimento coletivo e começa agora.
Artigo escrito pela Gestora do Núcleo Estratégico Future Grids, Carolina Cândida de Oliveira